Um pouco sobre meus traços autistas

Aqui estou eu, compartilhando um pouco da minha jornada com vocês, com a esperança de que essas palavras possam ser um pequeno raio de luz e compreensão para aqueles que também estão trilhando o caminho do autismo. Juntos, podemos celebrar nossas diferenças e promover uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos.

Durante meu processo de diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma série de descobertas surpreendentes foram reveladas. Uma delas é que eu sempre pensei que olhava diretamente nos olhos das pessoas, mas descobri, durante as sessões com a neuropsicóloga, que na verdade desvio o olhar para outras partes do rosto, como o nariz, as sobrancelhas ou até mesmo os óculos. Parece que estabelecer contato visual direto com pessoas que não tenho intimidade é algo desafiador para mim.

Ao longo da minha vida, muitas vezes fui chamada de "chorona", mas agora compreendo que isso tem mais a ver com a minha deficiência emocional, que dificulta enxergar as coisas da mesma forma que uma pessoa neurotípica. Minhas emoções podem ser intensas e difíceis de compreender e expressar, o que muitas vezes me leva às lágrimas.

Sempre tive uma quantidade limitada de amigas, geralmente entre uma ou duas, nunca mais do que isso ao mesmo tempo. Não é que eu não queira fazer mais amizades, mas parece que a minha interação social é um pouco diferente. Aprendi a valorizar profundamente as poucas amizades que tenho, pois são conexões genuínas e significativas em minha vida.

Quando me sinto sobrecarregada, uma das características mais marcantes do meu TEA se manifesta: fico não verbal. Isso significa que a fala se torna uma tarefa extremamente dolorosa e desgastante. É como se minhas palavras ficassem presas dentro de mim, incapazes de encontrar uma saída. Nesses momentos, é importante que as pessoas ao meu redor entendam e respeitem esse aspecto do meu funcionamento, oferecendo apoio e compreensão.

 

traços de personalidade em várias cores, uma pessoa no centro em dúvida



Uma peculiaridade fascinante do meu cérebro é a maneira como ele organiza as informações. Tudo parece se encaixar em blocos e sequências. Minha mente trabalha de forma estruturada, categorizando e organizando o mundo ao meu redor em unidades lógicas. É como se cada pensamento e ação fossem construídos a partir desses pequenos blocos, tornando o meu processo de pensamento único e especial.

Embora o diagnóstico de TEA possa trazer alguns desafios, também há muitas coisas positivas a serem valorizadas. Minha perspectiva única do mundo, minha criatividade e a forma como me concentro intensamente em tarefas específicas são características que me tornam especial. Estou aprendendo a abraçar minha neuro diversidade e a valorizar cada aspecto do meu ser.

A jornada do autismo é diferente para cada pessoa, mas compartilhar experiências e aprender com os outros pode ser incrivelmente enriquecedor. Estou animada para continuar a explorar mais sobre o TEA e, quem sabe, ajudar outras pessoas a entenderem e aceitarem suas próprias jornadas únicas.

Esta é apenas algumas das coisas que fazem parte de quem eu sou. Estou aprendendo a respeitar meus momentos. E vocês? Qual característica autista te define?

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